Estenose do Canal Vertebral

O que é?

Uma das funções da coluna vertebral é proteger as estruturas neurais que comunicam o cérebro com o restante do corpo, para controlar movimentos e sensibilidade. Para isso, há um canal, da região cervical até a região próxima da bacia, que serve para proteger a medula espinhal e suas ramificações.
Esse túnel é chamado de canal vertebral e funciona como um conduíte que utilizamos para passagem da fiação elétrica em nossas casas.
Com o envelhecimento, as articulações, discos e ligamentos espessam e podem fechar este canal, comprimindo a medula e seus ramos, o que chamamos de estenose do canal vertebral lombar.

Qual o incidência?

Cerca de 5 casos/100000 habitantes/ano desenvolvem sintomas relacionados a estenose do canal vertebral. Normalmente, é um problema mais comum na população acima de 65 anos de idade, pois os desgastes que levam a estenose demoram um tempo para acontecer. Cerca de 10% dos casos de estenose são relacionados a uma estenose congênita ( o paciente nasce com um canal vertebral menor), o que pode levar a sintomas mais precoces.

Quais os sintomas?

O mais comum é a dor que irradia para uma ou ambas pernas e piora na posição de pé ou andando. Embora possa estar associada a dor lombar, nem sempre isto ocorre, sendo a dor na nádega e perna mais importante que a dor lombar.
Muitos paciente tem melhora importante ou mesmo ausência de dor irradiada quando sentam, deitam ou dobram a coluna para frente. É comum também o paciente andar determinada distância, começar a ter dor e sentar para melhorar os
sintomas. A esta situação clínica damos o nome de claudicação neurogênica (claudicar é mancar, em referência ao imperador romano Claudio, que mancava)

Diagnóstico

É importante diferenciar a claudicação neurogênica da vascular, que pode dar sintomas similares. Após histórico e exame físico, o diagnóstico é feito com exame de Ressonância Magnética da coluna vertebral.
Outra doença que pode confundir o diagnóstico é a artrose do quadril e as tendinites do m. Glúteo médio.

Tratamento

Depende da intensidade dos sintomas e limitações funcionais. Varia de fisioterapia, infiltrações nos quadros leves e a cirurgia de descompressão vertebral quando os sintomas são muito limitantes e por muito tempo.
O principio da cirurgia é obter espaço no canal para a passagem livre das estruturas neurais, obtendo espaço. Para isso retiramos o ligamento amarelo e parte das articulações posteriores e eventualmente parte do disco intervertebral.
A cirurgia de descompressão vem evoluindo muito, com cortes menores, afastadores específicos e até uso de endoscópio em alguns casos.