A resposta é realidade.

A busca constante pela excelência naturalmente direciona os cirurgiões para este PRINCÍPIO de cirurgia. Aquele que mede seus resultados percebe que lesar menos leva a melhores resultados clínicos.

Infelizmente,  é criada propositalmente pelos médicos uma idéia de que cirurgia menos invasiva é uma técnica, como uma ferramenta de marketing  para atrair mais pacientes, que naturalmente querem menos agressão/dor/complicações.

Assim como em outras áreas da medicina, a menor invasão norteia o desenvolvimento de técnicas, implantes, tecnologias de imagem e navegação intra-operatória. Hoje, conseguimos realmente realizar as mesmas cirurgias de dez anos atrás com melhores resultados em termos de dor e taxa de complicações.

Porém, nenhuma técnica substitui os princípios de tratamento, que permanecem inalterados no campo de cirurgia da coluna vertebral.  Descomprimir, artrodesar ( fundir) e corrigir deformidades ainda seguem a mesma linha de indicação, agora com menor agressão e uso de técnicas que permitem incisões e lesões teciduais menores, como a endoscopia de coluna.

Mas, para a maioria dos casos, nada menos invasivo do que não operar ou fazer procedimentos. Há um aumento enorme de indicações de cirurgias/infiltrações/procedimentos com “laser” e radiofrequência, sem que exista uma aumento no número de doenças e de indicações para tal. Este uso indiscriminado  de “técnicas menos invasivas” (que tem também tem suas indicações específicas) vem trazendo um custo enorme para o sistema de saúde e esta conta acaba por levar a aumentos recorrentes dos seguros de saúde, inviabilizando o atual sistema para uma grande parcela da população.

Portanto, seu médico deve sim utilizar as melhores técnicas disponíveis ( que são menos invasivas), mas deve haver um cuidado enorme com o exagero nas indicações. Embora o corte na pele seja pequeno, a possibilidade de lesão neurológica é similar!!!!  Não é porque existe um endoscópio de coluna que toda hérnia de disco deva ser operada. Não é porque um tenho uma ponteira com laser ou radiofrequência que toda dor lombar deva receber um procedimento “menos invasivo”.

Resumindo, operamos atualmente melhor e com menos complicações, mas as indicações de cirurgia/procedimentos não mudaram…